O Instituto Federal de Mato Grosso, através da Pró-Reitoria de Extensão lançou o edital Teresa de Bengela, edital nº 63/2017 – IFMT/PROEX, que visa selecionar dez projetos de cursos de qualificação para mulheres, voltados à promoção de cidadania e geração de renda às participantes.
Cada curso terá que ter uma carga horária de até 160 horas e período de vigência de 04 meses (agosto a dezembro de 2017), deverá ser coordenado por servidores do IFMT e ofertar, no mínimo, 20 vagas, salvo situações especiais.
O extensionista deverá realizar a pré-inscrição na Coordenação de Extensão do Campus, no período de 29 de junho a 27 de julho. A inscrição final deverá ser feita pelas Coordenações de Extensão dos Campi, que encaminharão as propostas à Pró-Reitoria de Extensão.
Cada projeto de extensão selecionado terá direito a duas bolsas mensais, sendo uma no valor de R$ 600,00 para o extensionista que coordena o projeto e uma no valor de R$ 250,00 para o discente bolsista. As bolsas serão pagas, mensalmente, por até quatro meses, no período de agosto a dezembro de 2017 ou até o término da atividade, em caso de prorrogação justificada, ressalvadas as condições de cancelamento do projeto.
Saiba mais sobre Teresa de Benguela
Nascida no século XVIII, descrita como uma mulher forte e altiva, Teresa seria oriunda da região de Benguela, Angola. Vendida como escrava foi trazida para a região das minas de Vila Bela da Santíssima Trindade, mas não tendo aceitado a escravidão, fugiu da opressão e fundou junto com seu marido o Quilombo do Quariterê, também chamado de Quilombo do Piolho ou Quilombo Grande.
Após a morte do esposo, Teresa assumiu a liderança do Quilombo, onde governou por meio de Parlamento. Segundo a documentação, havia um conselho, um Senado instituído por ela se reunia semanalmente para deliberar sobre a governança do quilombo. Ainda de acordo com a documentação o quilombo do Quariterê foi maior que já existiu na região da Fronteira Oeste do Brasil. Composto por escravos africanos fugidos e índios, seus habitantes possuíam armas de fogo, sabiam manusear arco-e-flecha e desenvolviam a tecnologia do ferro, já que o local possuía duas tendas de ferreiro. O quilombo tinha roças de milho, feijão, carás, batatas amendoins. O plantio de algodão era usado como base na fabricação de seus próprios tecidos e suas próprias roupas.
Com um alto nível de organização, a existência o Quilombo do Quariterê era uma grande ameaça para administração colonial e fama da rainha Teresa se espalhou. Após várias tentativas de desarticulação, o quilombo foi atacado e praticamente destruído em 1770, por ordem do então Capitão General Luís Pinto de Sousa Coutinho. Teresa e seus súditos resistiram, houve um grande massacre, dentre os mortos estava José Piolho, principal conselheiro de Teresa.
Teresa foi capturada e, apesar de ferida, não se rendeu. Terminou seus dias em silêncio, recusando-se a falar com seus algozes. Após sua morte, teve a cabeça foi cortada e fincada em um poste alto para que servisse de exemplo a quem ousasse se rebelar ou fugir. Morreu o corpo, mas nasceu lenda! Graças a tradição oral, muitas histórias sobre os feitos de Teresa chegaram aos nossos dias e, cada vez mais, se reconhece o papel de Teresa como uma mulher a frente do seu tempo. A rainha Tereza é tida como ícone da resistência, da luta pela liberdade e pelos direitos humanos em Mato Grosso e no Brasil. Valorizar e reconhecer a história de Teresa de Benguela é uma forma de empoderar a cada mulher brasileira que vive hoje.
Em 2014 entrou em vigor a Lei Federal 12.987/2014, que instituiu no Brasil o dia 25 de Julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data foi inspirada no Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, criada em julho de 1992 como um marco internacional da luta e resistência da mulher negra no mundo.
Fonte sobre Teresa de Benguela:
Autoria: Prof.ª Manuela Arruda dos Santos N. da Silva, do IFMT - Campus Pontes e Lacerda