As principais políticas institucionais, voltadas para a inserção estudantil no mundo do trabalho, praticadas na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica - os estágios e o programa Jovem Aprendiz foram abordadas durante palestra temática realizada na tarde desta quinta-feira (26), durante o 8o Workshop de Ensino, Pesquisa e Extensão do Instituto Federal de Mato Grosso, em Cuiabá.
As experiências dos Núcleos de Extensão e Prática Profissional (NEPPs) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) nessa área foram compartilhadas pelo assessor de estágio e programa Jovem Aprendiz do campus Natal Central, Thiago Loureiro.
O docente iniciou sua fala citando as Diretrizes do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) para a Educação Profissional e Tecnológica do Brasil, que a tornam mais inclusiva.
“Por facilitar uma maior inserção no mundo do trabalho aos estudantes em situação de vulnerabilidade ou que enfrentam dificuldades acadêmicas, a educação profissional é mais atrativa do que a tradicional,” destacou.
Diante disso, Thiago entende ser necessário avançar em uma melhor organização das Propostas Pedagógicas Curriculares (PPCs); na busca ativa e constante de oportunidades; na maior presença do Mundo do Trabalho no orçamento; e na criação de Políticas em Rede, induzidas pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e pelo Conif.
Na sequência, trouxe informações relativas aos dois programas. Lembrou que qualquer cidadão brasileiro que possua entre 14 e 24 anos pode ser aprendiz. Na prática, em virtude do tempo mínimo de contrato, só são contratados quem possui até 22 anos. E as atividades desenvolvidas devem estar sempre em sintonia com a parte técnica do curso.
“No nosso projeto #NoTrabalho temos feito muitos agendamentos e visitas a empresas. Dos alunos inseridos no mundo do trabalho saímos de um total de 254 em 2021, para 329 em 2022, um aumento de 29,53%,” ilustrou.
Realidade no IFMT
Realidade semelhante também é vivida no IFMT. Segundo dados apurados em 2022 na última pesquisa de acompanhamento, com ex estudantes que concluíram cursos até o ano de 2020, o nível de inserção profissional dos egressos do IFMT atingiu o percentual de 73,36% de profissionais inseridos no mundo do trabalho.
“É um dado positivo, se comparado a pesquisa anterior, divulgada em 2021, cujo alcance foi de 63,47%, demonstrando uma evolução de quase 10% com relação aos dados daquele ano”, analisa Bruno Coutinho, responsável pela área na instituição.
Para ele, a experiência com o jovem aprendiz vivenciada no IFRN e em alguns outros institutos do país demonstrou que a inserção profissional de jovens da Rede no mundo do trabalho tem proporcionado saldos muito positivos para a toda a comunidade, a começar pela mudança na condição social do aluno.
“Há um ganho para o estudante, que terá um trabalho com carteira assinada, amparado pela CLT, com benefícios. Não perdendo o caráter pedagógico do processo, de desenvolver atividades vinculadas à sua área do conhecimento. Tudo isso traz a ele uma segurança de sair das condições de subemprego e alcançar outras perspectivas”.
Outro ponto positivo refere-se ao aspecto institucional com a melhoria dos indicadores de inserção do jovem no mundo trabalho.
“Aqueles alunos que hoje dependem de políticas sociais na instituição com programas de bolsas de assistência quando têm a oportunidade de ter algum rendimento salarial, que permita sair da condição de bolsista, isso abre um espaço para outros estudantes, que não tiveram condição de acessar esses programas de assistência estudantil”, destaca.
Bruno também aponta a possibilidade de uma abertura dos recursos para que sejam revertidos em outras ações voltadas ao mundo do trabalho para a instituição.
“Esse ambiente de motivação atingiu a todos, especialmente os gestores. Acredito que em breve teremos saldos muito positivos em relação à constituição de uma política institucional no IFMT”.
"Reafirmo que a maior e melhor rede de educação profissional do Brasil precisa caminhar junto com a principal política de inserção dos jovens no mundo do trabalho, que é o programa jovem aprendiz. São duas políticas públicas importantíssimas e que precisam dar as mãos para transformar a vida de muito mais jovens e alunos da nossa Rede", encerrou Thiago.
Participaram da palestra, além de estudantes e professores, coordenadores de curso, diretores de ensino, diretores gerais e coordenadores de estágio e de extensão, estes últimos, os servidores responsáveis por essas políticas de inserção do estudante no mundo do trabalho diretamente no campus.
Texto: Meire Zanelato - RTR/IFMT