Nesta quinta-feira (31) foi publicado o livro "Teresas Empreendedoras: Relatos de empoderamento e empreendedorismo no programa Teresa de Benguela". Ao longo de 146 páginas, a obra descreve sete projetos desenvolvidos dentro do programa de extensão idealizado pelo Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT em 2017 para qualificar e empoderar mulheres em situação de vulnerabilidade social e que, ao longo desse período, beneficiou 1370 mulheres.
O livro conta com a coordenação dos servidores Joelias Silva Pinto Júnior e Louise Logsdon. Foi publicado através de edital de ressarcimento lançado este ano. O lançamento da versão física ocorrerá em outubro, durante o 8º WorkIF.
Leia abaixo, um breve resumo da obra, que pode ser acessada na íntegra em:
https://www.editoracientifica.com.br/livros/teresas-empreendedoras-relatos-de-empoderamento-e-empreendedorismo-feminino-no-programa-teresa-de-benguela
Letras e Cores
O primeiro capítulo traz o projeto Letras e Cores - formação inicial em aquarela e lettering, idealizado para capacitar meninas em situação de vulnerabilidade social nas técnicas de aquarela e lettering, voltadas à produção de quadros decorativos.
Tratava-se, portanto, de uma formação artística pautada no empreendedorismo e no empoderamento feminino, que buscava oferecer às alunas condições de exercer, no futuro, uma atividade rentável, que propiciasse independência financeira e qualidade de vida.
A iniciativa foi, para a coordenadora e também organizadora da obra, uma experiência de vida, motivada por questões pessoais e com resultados difíceis de mensurar, dado o tamanho e a diversidade das suas influências em aspectos profissionais, psíquicos e emocionais sobre ela e as 30 alunas.
“Neste capítulo, deixo um pouco de lado a formalidade científica e trago à tona toda a sensibilidade de Teresa de Benguela para relatar as dores e delícias emergidas na experiência deste projeto tão marcante e gratificante no âmbito pessoal”, descreve Louise Logsdom.
Empoderamento feminino em foco: mulheres tecendo em rede e fortalecendo os “nós”
Este capítulo compartilha as alegrias, aprendizados, desafios e dores de cinco meses intensamente vividos, no ano de 2017 com um grupo de mulheres, com suas singularidades, sejam elas culturais, religiosas, trabalhadoras formais ou não.
Muitas vindas do nordeste do país, em busca de uma vida melhor em Campo Novo do Parecis, interior de Mato Grosso. Algumas apresentavam alta vulnerabilidade socioeconômica. Outras “apenas” não se viam enquanto mulheres. Nem capazes. Nem importantes.
Os objetivos estavam alicerçados em ofertar a essas mulheres momentos de capacitação, através de práticas voltadas a produção de massas, pães e sequilhos, que pudessem ampliar as oportunidades para a geração de renda. Porém, a troca de saberes e principalmente, o fortalecimento e sentimento de pertencimento, enriqueceram a trajetória de todas.
Mulheres: empoderar para empreender
Neste artigo estão descritas as experiências vivenciadas na oficina “Marias: Empoderamento Feminino, Construindo Cidadania”, realizada no ano de 2018. A oficina acontecer durante 12 encontros e atendeu 20 mulheres em situação de vulnerabilidade, selecionadas pelo Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), do bairro Santo Antônio, em Barra do Garças – MT.
Aromas e encantos
Este relato trata das experiências vividas no curso “Aromas e Encantos – Comunicação e Vendas” desenvolvido no IFMT Octayde Jorge da Silva, entre os meses de agosto de 2018 a fevereiro de 2019.
Vinte participantes tiveram a oportunidade de aprender e desenvolver sabonete em barra, sabonete líquido e aromatizante no laboratório de química do campus ao longo dos 7 meses de duração.
“Pude conhecer um pouco da história de vida de cada uma daquelas mulheres e, assim, perceber os desafios que cada uma enfrentava para estar presente nas aulas. Elas decidiram encarar os desafios com fé e esperança, pois quando nos reuníamos, percebia que, na verdade, éramos todas iguais, cada uma ajudando a outra superar seus obstáculos, com alegria e disposição, em uma interação única. Era como se todos os problemas fossem solucionados naquele exato momento”, relata a coordenadora Marta Luiza Santos.
Em cada aroma utilizado na fabricação, um encantamento surgia nos olhos e no coração de cada uma. Ao ver esta confiança e alegria nos olhos de cada participante, ela conta que percebeu que nem sempre é necessário algo ou ações grandiosas para superar desafios. “As ações simples também são capazes de transformar nossas vidas e tornar esses momentos de superação inesquecíveis”.
Mulheres: luta pela vida, cidadania e igualdade
Autonomia política feminina, luta de classes, políticas de gênero, Lei Maria da Penha, violência contra a mulher, racismo, cidadania e igualdade de oportunidade. Esses temas pautaram o projeto “Qualificação para mulheres em vulnerabilidade: lutando em defesa da vida, cidadania e igualdade de oportunidade”, com foco na inter-relação entre autoestima pessoal, ocupação profissional, educação e empreendedorismo
Além das rodas de discussões, as 40 residentes do Bairro Padre Duílio, no município de Juína, participaram de oficinas de manicure e pedicure; artesanato com material reciclável; confecção de bijuterias; penteados; auto maquiagem; customização de roupas; e técnicas de agricultura familiar.
Reflexões sobre desafios e perspectivas do empreendedorismo feminino nas mídias sociais
Este capítulo reflete como o empreendedorismo pelas mídias sociais influencia as transformações sociais e econômicas de mulheres em situação de vulnerabilidade. O texto relata as experiências e dificuldades enfrentadas pelas 38 empreendedoras participantes de uma formação inicial no IFMT - Campus Barra do Garças no período de agosto a outubro de 2021 e tece breves reflexões a respeito dos desafios do empreendedorismo feminino nas mídias sociais.
Industrializando esperança: transformação na vida de mulheres em vulnerabilidade social
Esta iniciativa buscou empoderar mulheres participantes do Projeto Mulheres Esperança da Pastoral da Criança, desenvolvido pela igreja católica, em Campo Novo do Parecis. O Mapa da Vida possibilitou o compartilhamento de experiências e o fortalecimento das mulheres como autoras de suas trajetórias de vida.
As aulas de matemática facilitaram a releitura de receitas/formulações no cotidiano. O plano financeiro foi uma possibilidade de geração de renda e da organização orçamentária do grupo familiar. A implantação dos 5S, direcionou para sensos de mudanças comportamentais. O programa de Boas Práticas de Fabricação (BPF) proporcionou o conhecimento de hábitos corretos de higiene. E a tecnologia de panificação possibilitou a geração de renda e autossustento.
